terça-feira, 6 de abril de 2010











A minha primeira Páscoa na Itália passei no Norte, em Verdello, uma pequena cidade de aproximadamente 9.000 habitantes entre Milão e Bérgamo, pertencente à diocese de Bérgamo. O tempo estava frio, pois este inverno está teimando em ficar. Como no Natal, fiquei à disposição para confissões, mas, desta vez, foi bem mais intenso. Teve dia em que ficamos atendendo de manhã, de tarde e de noite (terminando depois das dez horas). Outros padres ajudaram e teve dia em que eramos cinco padres atendendo, mas nunca acabava de chegar gente. No Natal, ficava de plantão, mas às vezes ficava alguns minutos desocupado. Desta vez, tinha a impressão de que antes do penitente levantar para sair do confessionário já tinha outro com a mão na maçaneta para entrar e não fiquei à toa hora nenhuma... Em todo caso, as confissões foram abertas e profundas. Em Verdello alguns falam o dialeto Bergamasco, muito mais difícil que o Napolitano que escutei no Natal. Eles também cortam o final das palavras na pronúncia e usam as vogais mistas "u" e "e" (como pronunciam os franceses, ou o ü alemão). Não dá para entender nada! Alguns, depois de confessarem tudo em bergamasco perguntavam: o Sr. entende bergamasco? Como os problemas são mais ou menos os mesmos em qualquer idioma, dava para captar em largos traços do que se tratava e, como quem tem de perdoar é Deus, ficava por isto mesmo. Coloquei a foto da Igreja paroquial onde celebrávamos, San Pietro e San Paolo apostoli, com a sua torre de 50 metros, ligeiramente inclinada (está assim já há alguns séculos). Eu fiquei hospedado com as freiras sacramentinas, que administram um asilo na cidade (foto). A superiora é a freira de preto, irmã Sara, que trabalhou no Brasil quando jovem, no Sul e também em BH, com meninas de rua. O sr. que está sentado é o ex-pároco, Don Lorenzo, que hoje já não caminha e mora no asilo. É amante de piadinhas inocentes (infelizmente algumas só fazem sentido em bergamasco e tive de rir das risadas alheias...). Por fim, duas fotos da catedral de Bérgamo. Fomos lá na quinta-feira santa, pois como em Belo Horizonte, o clero todo se reúne para renovar seu compromisso diante do bispo na missa do crisma, quinta-feira de manhã. Não é uma igreja grande, pelo que só os 600 padres ali reunidos praticamente lotaram a catedral. Chama a atenção o domo da catedral (foto). Muito embora os padres italianos reclamem que faltam vocações, a situação deles é muito mais tranqüila que a nossa e, sendo Bérgamo uma diocese bem menor do que a de Belo Horizonte, conta com mais do dobro de padres.

2 comentários:

  1. Leo, isso também me chamou a atenção: 600 padres numa diocese bem menor???

    Há muitos padres jovens, ou é muita gente das antigas?

    E por que será que não temos tantas vocações aqui como na Itália?


    Rafa

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  2. Valeu pela atualização!!!
    Saudades!

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