segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Panthéon de Paris foi construído no século XVIII como igreja dedicada à santa protetora da cidade, Sainte Geneviève. Durante a Revolução Francesa, porém, muitos edifícios eclesiásticos foram tomados da Igreja e secularizados. Em outras postagens mencionarei também religiosos e religiosas perseguidos e mortos durante o período mais violento da Revolução. Não foi diferente com o Panthéon, que de igreja passou a monumento em honra das grandes personalidades da França, uma espécie de tumba de grandes artistas, políticos e cientistas franceses. Daí encontrarmos ali uma curiosa mistura de símbolos religiosos cristãos e civis em honra da pátria e nação francesa.

O edifício em estilo neo-clássico é muito bonito. O interior me chamou muita a atenção, decorado com pinturas mostrando cenas da vida de Sainte Geneviève, mas também com esculturas sobre temas seculares!

O edifício, em forma de cruz, possui uma cúpula imensa em seu ponto central (foto). Bem no meio da cúpula existe um afresco, pouco visível nesta foto, a Apoteose de Sainte Geneviève.

Mais uma reminiscência do período em que o Panthéon constituía uma igreja. Muitos turistas talvez não cheguem a ver bem esta imagem, pois bem abaixodela existe uma gigantesca pintura de uma batalha, representação que domina esta área do edifício. O Panthéon é para mim o retrato da França hoje, raízes profundas na religião cristã, mas ativamente secularizada, deliberadamente descristianizada. As reminiscências da religião, porém, reemergem de quando em quando para incomodar a laicidade da cultura francesa atual.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O blog tem estado meio parado nos últimos tempos. Eu, pelo contrário, tenho girado bastante por aí. Decidi dar um salto no tempo e falar imediatamente sobre a minha última viagem, ou seja, o mês de julho que passei na França. Ganhei uma bolsa de estudos para estudar francês em Paris e, assim, num equilíbrio tenso, tentei unir estudo e turismo por um mês na capital francesa. Devo confessar que a balança pesou mais para o lado do turismo, mas enfim, deu tudo certo. Em geral, o tempo esteve muito bom o que garantiu uma estadia ainda mais agradável. Nesta primeira postagem, coloco fotos da Torre Eiffel, cartão postal mais famoso de Paris.  

Como se sabe, a Torre Eiffel não foi muito bem vista pelos parisienses no tempo de sua construção. Hoje, é a atração turística mais visitada do mundo. As dimensões desta treliça de ferro (com todo o respeito, a Torre Eiffel não é outra coisa) são gigantescas. Subimos de escada as duas primeiras partes e na terça pegamos o elevador, obrigatório para chegar até o topo.

Lá em Paris conheci muita gente nova. Aqui está o grupo com quem subi na Torre Eiffel. Da esquerda para a direita: Lincoln, Lucas e Priscila, jovens brasileiros respectivamente do Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro. O quarto indivíduo é um mexicano que tinha uma excelente pronúncia do francês.

Vista do Champ-de-Mars a partir da Torre Eiffel. Ao fundo se vê a Torre de Montparnasse (alto edifício escuro). Paris tem muito mais... Nas próximas postagens mostrarei outras belezas da charmosa cidade.


domingo, 10 de junho de 2012

Um passeio obrigatório em Amsterdã é a casa de Anne Frank. O Diário da jovem, publicado e traduzido em diversas línguas, conta do período da 2a Guerra e a tentativa desesperada da sua família de salvar a vida escondendo-se por um longo período. Li este livro quando ainda adolescente e devo dizer que foi uma das obras que mais me impressionaram naquele tempo. Quando pensamos em guerra, lembramos de armas, batalhas, bombas e exércitos, mas a guerra tem uma incidência muito mais sutil, o modo como a vida cotidiana das pessoas vira de cabeça para baixo. O livro traz um pouco deste olhar, de como, estranhamente, a vida deve continuar mesmo em face do absurdo.
 Enfim, para quem visita Amsterdã com pouco tempo à disposição, convém pegar um passeio de barco pelos canais da cidade para poder conhecer a área mais central. Tivemos a alegria de fazer este passeio em um dia de sol, mas não muito quente. Foi um dia alegre e a companhia dos meus amigos tornou o passeio ainda mais agradável. A Amsterdã e os meus companheiros de viagem: bedankt (obrigado)!




domingo, 27 de maio de 2012


 Finalmente nós (e este blog) chegamos a Amsterdã. Chegamos lá já à noite e cansados da viagem, mas decidimos sair imediatamente para ver como é o movimento noturno na badalada cidade. Primeiro, a dificuldade para estacionar no centro da cidade, lotada. A noite em Amsterdã pode ser muito surpreendente, mesmo para quem está acostumado às noitadas (o que não é o meu caso). Um número imenso de gente circulando pelas ruas, uma praça gigantesca com diversos bares, mictórios ao céu aberto, casas que vendem as drogas e o sexo legalizado etc. Nos sentamos para beber uma cerveja e caminhar um pouco. Devo dizer que valeu a pena ter ido pela experiência, mas em geral o ambiente é um pouco pesado e não nos sentimos tão confortáveis.
No dia seguinte saímos para ver os canais que entrecortam a cidade, as igrejas etc. A cidade de dia ganha cores novas e parece muito diversa da Amsterdã noturna. A minha impressão foi a de que duas cidades distintas partilham o mesmo território: quando uma repousa, a outra desperta. Aparentemente, as duas Amsterdã estão bem assim, nesta curiosa comunhão de bens. É o visitante que sai estupefato!


domingo, 6 de maio de 2012

Mais algumas fotos de Westkapelle! Ficamos aqui apenas durante um dia, antes partirmos rumo a Amsterdã. Nas próximas postagens explico o porquê do chapéu (que todos usaram). Por hora basta dizer que neste dia ventava muito e tivemos que correr atrás dos chapéus diversas vezes. Ao fundo se vê a cidade, num nível mais baixo que o topo do dique onde me encontro.

Aí estão os companheiros de viagem: Pe. Belaver, Pe. Marcelo, Sandra e eu. À propósito, como a Sandra passou períodos da sua infância aqui, ela fala muito bem holandês. Para mim foi muito curioso escutar esta língua depois de ter aprendido um pouco do alemão, devido às semelhanças. A cidade é muito agradável e bem cuidada (foto abaixo).



Este farol fica no meio da cidade, mas serve para orientar a navegação marítima, já que as embarcações não passam muito longe do centro da cidade! Na sua construção, foi aproveitada a estrutura de uma antiga igreja, destruída anteriormente em um incêndio. Apesar de estar mais distante do mar, o alcance deste farol é superior ao daquele à beira-mar (o que aparece em uma foto da postagem anterior). Digamos adeus a Westkapelle e apressemo-nos para chegar a Amsterdã antes que anoiteça...

domingo, 29 de abril de 2012

A Sandra nos levou para conhecer uma cidade na Holanda onde passou parte da sua infância, Westkapelle. A história deste lugar é marcada por uma tragédia ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial. Como a cidade fica abaixo do nível do mar, ela só pode existir porque um dique impede que a água do mar inunde a região. Durante a guerra, as forças militares britânicas bombardearam o dique com o objetivo de alagar o local e, assim, forçar a retirada do exército alemão. Com isso, porém, a cidade foi inundada e praticamente desapareceu. Posteriormente, graças ao esforço dos sobreviventes, o dique foi reconstruído e a cidade também. Nas fotos, estamos Sandra, Pe. Marcelo e eu diante do farol na praia de Westkapelle.
 Este tanque de guerra foi deixado como recordação da ocupação e liberação da cidade no período da Segunda Grande Guerra.
 Na foto seguinte, se vê ao fundo o mar (com um navio passando!) e, em primeiro plano, a cidade em um nível mais baixo que o oceano.
 Por fim, um monumento homenageando as pessoas que ajudaram a reconstruir o dique. Trabalho pesado, carregaram milhares de pedras para fechar a passagem d'água. É uma homenagem significativa a esta gente perseverante!

terça-feira, 10 de abril de 2012




Eis porque Bruges é chamada de a "Veneza do Norte". A cidade é entrecortada por diversos canais e, quando caminhamos pelas ruas e observamos as antigas construções à beira d'água, com as luzes noturnas, percebemos o quanto a cidade é charmosa. Fizemos um belo passeio pela cidade, atravessando as pontes, nos detendo vez ou outra diante do canal para apreciar a arquitetura das residências ou igrejas. Seguramente foi um acerto vir para passar a noite, pois é quando Bruges fica mais bonita. Depois de um jantar regado a cerveja da região, fomos descansar e nos preparar para a ida à Holanda...

domingo, 25 de março de 2012




De Bruxelas fomos para Bruges, que é apelidada pelos belgas de "Veneza do Norte". Nas próximas postagens mostrarei algumas fotos que justificam esta denominação. Chegamos à cidade à noite e pudemos contemplar o charme da sua arquitetura com a iluminação noturna. Vale a pena caminhar á pé pelas ruas, em parte porque o trânsito é um pouco complicado nas estreitas ruas do centro histórico (quando chegamos, tinha ainda algum festival acontecendo e muita gente pelas ruas), em parte porque assim se pode observar com calma a cidade. A Bélgica também produz bons e variados tipos de cervejas e é claro que aproveitamos a oportunidade para experimentar alguns deles!

domingo, 26 de fevereiro de 2012




Antes de seguir viagem, pensei em colocar mais algumas fotos de Bruxelas. Dentre elas uma foto do interior da catedral. Neste reinício de semestre, quando já posso ter alguma idéia do trabalho que está por vir, me faz bem recordar estas experiências. Conhecer lugares novos é um privilégio e um presente que a vida nos dá. Sou grato a Deus e às pessoas que me possibilitaram ir assim longe e poder ver quanta beleza há no mundo.

sábado, 11 de fevereiro de 2012




Durante o verão, demos uma escapadinha para visitar também a Bélgica. Fomos pe. Marcelo, pe. Belaver, Sandra (nossa amiga alemã) e eu. Fomos de carro e, de Bonn, é uma viagem de apenas 2 horas até a Bélgica. A Sandra encheu o carro dela de comida (comida séria, mas também doces vários) e fomos estrada afora. Aqui vão algumas fotos de Bruxelas. Gostei muito da cidade, muito bonita.
A arquitetura do centro da cidade é tão interessante que a gente ficava na dúvida para saber para onde olhar, uma vez que o nosso tempo era curto (permanecemos em Bruxelas apenas por algumas horas, antes de ir a Bruges). A segunda foto mostra a fachada da catedral. Na última foto, esta estátua de bronze de um menino urinando representa um personagem famoso da cidade. Ele é chamado de Manneken Pis ("homenzinho urinando"). Além de lendas ligadas a esta estátua, com frequência ela é vestida com diversas roupas conforme a ocasião. Feliz ou infelizmente, no dia da nossa visita a estátua estava à vontade, despida. Acho que em cada lugar deste mundo, se olharmos com atenção, encontraremos alguma coisa de pitoresco...

domingo, 5 de fevereiro de 2012




Já se foram quase dois meses depois da última postagem, mas depois de vencidos alguns trabalhos, a viagem durante o período de Natal e a preparação para os exames (que ainda não terminei) estamos de volta. Aqui vão algumas fotos de Münster. Fui até lá com a família Witter, que mora em Oberhausen e que se tornaram amigos. Münster não é longe de Oberhausen, onde estive no ano anterior. Também em 2011 aproveitei para fazer uma visita. Münster é uma bela cidade. Na primeira foto dá para ver algumas bicicletas, não é? A cidade é cheia delas. Além de plana, Münster é uma cidade com muitos universitários e este é o meio de transporte oficial do estudante! O tempo lá variou um pouco e, apesar das fotos mostrarem sol, acabamos tomando uma bela ducha, pois o tempo virou e a choveu pesadamente por mais de uma hora. O relógio que fotografei fica dentro de uma igreja e é daqueles que, em determinadas horas do dia, mostram personagens saindo das portinhas e executando alguma ação. Numa das praças tinha também alguma arte moderna sendo exibida (aqueles carros coloridos pendurados em um varal!). Nos divertimos muito também com os trotes que pregam os alemães nos noivos. Antes do casamento noivo e noiva devem passar por algum ritual de humilhação pública. Elas saem de princesas ou alguma coisa do tipo, acompanhadas das amigas. A primeira vez em que vi uma noiva assim foi em Bonn: de repente me vi cercado no meio da rua por uma princesa e oito outras garotas de branco, altas, loiras e olhos azuis. Pensei que estava tendo algum sonho, do tipo que não convém aos padres, mas na realidade era um trote. Queriam me vender alguma bobeira para ajudar a pagar as coisas do casamento. Coisa impossível dizer não a tal equipe de vendas, acabei comprando algum brinquedo que dei à primeira criança que encontrei. Com os noivos os trotes são mais pesados. Em Münster vi este pobre noivo vestido apenas com uma tanga (estava muito frio!) e varrendo na rua as coisas que os "amigos" jogavam no chão para ele limpar. Quem disse que os alemães não têm senso de humor?